03 de junho de 2018

Leitura Bíblica: Marcos 11.24

Peça-a, porém, com fé, sem duvidar, pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, levada e agitada pelo vento (Tg 1.6).

Algumas pessoas não se lembram da própria infância. Eu, sim. Sempre fui muito amada por meus pais, tios e avós. Recebi toda atenção de que uma criança precisa. Mas também lembro que me sentia sozinha. Queria ter alguém com quem brincar. Lembro até de pensar que, quando eu fosse mãe, meus filhos não teriam um tio. Tudo isso me fez querer um irmão. Então orei assim: “Papai do Céu, por favor, me dá um irmãozinho que chama Rafael”.

Minha mãe nem queria ter mais filhos e sabia que, se engravidasse, poderia ter outra menina. Ficou com medo por mim. Como uma criança de quatro anos se sentiria se Deus não lhe atendesse a oração? Ela já tinha passado por isso. Mas eu nem cogitava que isso pudesse ocorrer. Para mim era muito simples: pedi a Deus um irmão de nome Rafael e era o que eu teria. Hoje olho para trás e me surpreendo. Não com a fé que eu tinha (pois é o que Deus espera), mas com a fé que me falta. Tornei-me como as ondas do mar, agitadas pelo vento. Se alguém diz que algo é difícil, não olho para o poder de Deus, mas para as circunstâncias. Fico assustada – não como uma criança, mas como os adultos.

Não sei por quanto tempo orei. Eu nem sabia quanto tempo demora para um bebê nascer, mas não me preocupei, pois, na minha fé infantil e simples, sabia que ele viria. Como mudei! Se acho, em minha ansiedade, que Deus está demorando, minha fé vacila. Começo a me perguntar se vou receber o que pedi. Como muitos adultos, duvido de Deus, esqueço que ele é perfeito e faz tudo no melhor momento. O Rafa nasceu no ano seguinte, pouco antes do meu aniversário. Hoje, a vida do meu irmão me lembra de que preciso voltar a ter a fé de uma criança: pura, genuína e à espera do tempo de Deus. Ele não deixou de ser meu Pai amoroso porque cresci. – BB

Ter fé infantil não é crer que vai receber tudo do jeito que pediu, mas que Deus ama de forma incondicional.