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26 de Agosto de 2019

Leitura Bíblica: Salmo 52.1-9

A língua tem poder sobre a vida e sobre a morte (Pv 18.21a).

Acontecera uma barbárie em Israel: foram mortos 85 sacerdotes inocentes, mais suas mulheres e crianças, que moravam em Nobe, cidade onde então estava o tabernáculo do Senhor. Tudo por causa da língua afiada do edomita Doegue, chefe dos pastores do rei Saul. Conforme 1Sm 21.1-9, Doegue encontrava-se em Nobe quando o fugitivo Davi, perseguido número um do rei Saul, foi pedir pão e armas ao sacerdote Aimeleque. Este lhe deu o que tinha – uma espada e alguns pães –, pensando que Davi estava a serviço de Saul.

Doegue, aproveitando-se do episódio para se promover diante de Saul, denunciou-lhe o ocorrido, sem se importar com o risco de vida que isto traria aos envolvidos. Além disto, distorceu os fatos, dando a entender a Saul que Aimeleque estava do lado do seu desafeto Davi e contra o rei. Enfurecido, Saul decidiu matar os sacerdotes. Foi o próprio Doegue que executou a ordem do rei (1Sm 22.6-23).

Este é um exemplo trágico do poder da língua. Foi grande a tristeza de Davi, ao descobrir que, sem querer, contribuíra para a morte dos sacerdotes e seus familiares. Vem daí sua indignação nos vs. 1 a 4 da leitura bíblica de hoje.

Mas ele também aproveita a ocasião para escrever um salmo de instrução, mostrando a todos quão destruidora pode ser a língua humana, capaz de acabar com a vida de inocentes. Doegue, pelo que fez, seria alcançado pelo juízo de Deus (vs.5-7). Neste dia seria exposta a insensatez da sua autoconfiança, baseada em seus bens e em sua esperteza de erguer-se através de calúnia e intrigas.

Davi, por sua vez, não confiava nessas coisas. Para “subir na vida”, confiava na misericórdia eterna de Deus. Como uma oliveira frutífera, almejava produzir sempre os bons frutos da confiança, gratidão e esperança em Deus (vs.8-9), mas jamais os frutos venenosos da maledicência. A disposição de Davi também é sua? – Sérgio Vilmar Markus

“A boca fala do que está cheio o coração” (Mt 12.34b).