23 de Dezembro de 2019
Como poderia eu, então, cometer algo tão perverso e pecar contra Deus? (Gn 39.9b)
Desde os primeiros registros bíblicos, percebemos que a beleza física é apreciada pelo ser humano. A palavra hebraica que Adão usa ao ver Eva pela primeira vez pode ser entendida como uma exclamação de admiração pela beleza dela. Raquel também era bela, e Jacó dispôs-se a pagar um preço altíssimo para tê-la.
José também foi privilegiado pela beleza física, mas jamais o vemos tirando proveito disso. A leitura indicada para hoje mostra que ele até teve oportunidade para tanto, mas sua reação indica que ele também possuía uma espécie de beleza que ia muito além da física. Em quatro ocasiões, lemos que “o Senhor era com José” e abençoava tudo o que este fazia. Esse tipo de beleza, isto é, depender de Deus em tudo que se faz, não é natural a ser humano nenhum. Em todas as áreas de atividade (sobretudo na mídia), a beleza exterior conta muito mais que caráter, inteligência, moral e, principalmente, submissão a Deus.
A beleza interior de José capacitou-o a ter uma das mais admiráveis atitudes registradas na Bíblia: diante da oportunidade para satisfazer seus próprios desejos, ele só consegue pensar e dizer: “Como eu poderia fazer algo tão perverso e ofensivo a Deus?”. Segundo os valores morais dos nossos dias, essa pergunta é vista como ridícula – como seria possível não tirar proveito dessa chance? Mas, ao contrário do que se imagina, essa postura de José não fez dele alguém ressentido nem deprimido, muito menos um perdedor. Apesar das consequências duras, manteve sua confiança em Deus, sabendo que não estava trilhando um caminho obscuro, mas que o Senhor tinha um plano bom, agradável e perfeito para ele. E, como foi fiel quando ninguém estava vendo, Deus por fim o colocou em uma posição onde todos podiam admirar essa sua beleza. – Manoel de Jesus The
Beleza de verdade é refletir o caráter perfeito de Deus em pensamentos, palavras e ações.